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Hormonização para pessoas trans: entenda o processo
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
07/11/2023

Tratamento por meio da aplicação de hormônios tem a finalidade de adequar o corpo à identidade de gênero

Pessoas trans, isto é, que não se identificam com o gênero que lhes foi atribuído ao nascer, costumam buscar maneiras de adequar seus corpos e sua expressividade à sua identidade de gênero. Uma das maneiras de obter adequação corporal é por meio da hormonização.

A hormonização é um procedimento feito com uso de hormônios indicados por prescrição médica, cuja ação modifica aspectos corporais, os adequando à identidade de gênero do indivíduo. Entenda, a seguir, como homens e mulheres trans podem se beneficiar da hormonização.

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Como funciona a hormonização para pessoas trans?

Durante a hormonização, são utilizados medicamentos hormonais por via injetável, oral ou tópica, para repor substâncias como o estrogênio e os antiandrogênicos, no caso das travestis e das mulheres trans; e testosterona, no caso dos homens trans.

É fundamental que todo o processo de hormonização seja acompanhado por médicos especialistas, como o endocrinologista e o ginecologista. É importante também que esses profissionais sejam capacitados para lidar com esta população.

Preparação da hormonização para pessoas trans

A identidade de gênero é uma questão muito importante para pessoas trans, que veem na hormonização uma possibilidade de se enxergarem da forma que sempre desejaram. Por isso, a preparação para o tratamento deve ser, antes de tudo, multidisciplinar, com atenção cuidadosa a todos os detalhes que o norteiam.

O suporte psicológico visa preparar o indivíduo para o tratamento, não somente para que tenha consciência de suas possibilidades, riscos e resultados esperados de forma realista, mas para que consiga lidar da melhor forma possível com as mudanças de sua relação com o próprio corpo, a própria mente e a sociedade.

O acompanhamento médico prévio à hormonização é indispensável, uma vez que a análise da saúde geral do paciente é importante para determinar as dosagens, a frequência e outros aspectos do processo. Além disso, é possível determinar e conhecer riscos de complicações, efeitos adversos e amenizar sua possível ocorrência.

Congelamento de gametas antes da hormonização

Uma vez que a hormonização para pessoas trans envolve alterações nas dosagens de hormônios importantes para a reprodução humana, aqueles que desejam ter filhos no futuro podem optar por tratamentos de preservação da fertilidade.

Esses tratamentos consistem, basicamente, no congelamento de gametas — óvulos e espermatozoides —, que ficam preservados por tempo indeterminado, mas mantendo sua capacidade reprodutiva para o momento em que a pessoa desejar ter filhos.

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Hormonização de mulheres trans

A hormonização de mulheres trans consiste na aplicação de hormônios para adequar o corpo às características consideradas femininas. Isso é feito por meio da reposição de hormônios como os estrógenos e os antiandrogênicos. Os agonistas do GnRH podem ser usados para inibir a puberdade de adolescentes trans, mas este tipo de hormonização só é realizado em protocolos de pesquisa.

Além do uso dos hormônios, o processo de adequação de gênero de mulheres trans pode também necessitar de tratamentos complementares, como para adequar a voz e, em alguns casos, caso haja necessidade, melhorar os resultados por meio da remoção dos testículos.

Resultados esperados

O resultado da hormonização de mulheres trans é a diminuição das características masculinas e consequente aumento das características femininas, da seguinte maneira:

  • Maior distribuição de gordura em regiões como os quadris;
  • Atrofia dos testículos e da próstata;
  • Diminuição considerável do crescimento de pelos corporais;
  • Aumento das glândulas mamárias.

Efeitos adversos

Por causa das alterações nas dosagens hormonais, a hormonização para mulheres trans pode ter alguns efeitos adversos. Os mais conhecidos são os relacionados à infertilidade e ao risco de formação de trombos e eventos cardiovasculares, que pode ocorrer em tratamentos com estrogênio. No entanto, esse tipo de efeito adverso pode ser prevenido e controlado se o tratamento for realizado com o devido acompanhamento médico.

Hormonização de homens trans

A hormonização de homens trans tem foco na reposição de testosterona, hormônio responsável pela formação de características corporais masculinas. O hormônio é aplicado, na maioria das vezes, por via injetável ou gel.

Além do tratamento com hormônios, muitos optam por complementá-lo com outras intervenções, como a mastectomia masculinizadora, cirurgia que remove os seios.

Resultados esperados

Os resultados da hormonização com testosterona podem ser vistos da seguinte forma:

  • Mudanças na voz, que fica mais grave;
  • Aumento da massa magra;
  • Crescimento de pelos corporais e barba;
  • Redução de volume das glândulas mamárias;
  • Clitoromegalia (aumento do clitóris);
  • Interrupção do sangramento menstrual.

Efeitos adversos

O procedimento de hormonização de homens trans pode ter alguns efeitos adversos por causa do aumento do nível sérico da testosterona. Os mais comuns são a formação de acne, a infertilidade e o aumento da agressividade e do desejo sexual.

Existe também um risco aumentado de alterações cardiovasculares. No entanto, da mesma forma que entre as mulheres trans, esses efeitos podem ser controlados com o devido acompanhamento médico.

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Riscos da hormonização

A hormonização é um procedimento complexo que, como vimos, causa diversas alterações no corpo. Como também mencionado, o procedimento pode causar uma série de alterações no funcionamento cardiovascular do organismo, além da infertilidade tanto em homens, quanto em mulheres trans.

Esses riscos devem ser levados em conta tanto antes como durante a hormonização. Por isso, é fundamental que a qualquer sinal de complicações, o médico seja comunicado, para que as devidas providências sejam tomadas para atenuá-las.

Isso vale também para as alterações relacionadas à saúde mental, que podem se intensificar durante todo o processo de afirmação de gênero. Por isso, o suporte psicológico deve se estender para além da preparação para a hormonização.

Quanto tempo dura o tratamento?

O tempo de duração da hormonização depende de cada paciente, e deve ser avaliado em conjunto com o médico especialista. Mesmo assim, de forma geral, a maioria das pessoas conseguem ter resultados visíveis num período de 6 a 12 meses. No entanto, é necessário hormonizar por toda a vida para manter os resultados. Se a interrupção for necessária por razões de saúde física, alguns caracteres adquiridos podem regredir, mas os procedimentos estéticos, como depilação a laser, ajudam nesses casos.

Um questionamento muito comum de pacientes que realizam hormonização é sobre a possibilidade de ter filhos no futuro, uma vez que a infertilidade é um dos efeitos adversos. No entanto, existem estratégias de preservação da fertilidade por meio do congelamento de gametas ou mesmo de reposição hormonal para recuperar a capacidade fértil, possibilitando que pessoas trans possam ter filhos.

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Fontes:

Conselho Regional de Farmácia – MG

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Ministério da Saúde

Núcleo de Estudos, Pesquisa, Extensão e Assistência à Pessoa Trans da Universidade Federal de São Paulo

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